QWERTY

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por

Nuno Figueiredo

12 de jan de 2021

· 3 min de leitura

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tecnologia
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Você está mui provavelmente lendo este artigo num computador que usa um teclado QWERTY. Esse nome deriva do fato dele começar pela letra Q, seguido pelo W e assim por diante.

Inusitada é a história do mesmo. Houve um tempo em que se usava a máquina de escrever mecânica. Cada tecla tinha uma haste de ferro, e quando era acionada, marcava, pela força da batida na tecla, a letra pressionada no papel ao acertar uma fita colorida, disponível nas cores preto e vermelho.

Nessa época era comum o curso de datilografia. As secretárias aprendiam a digitar com os dez dedos e o faziam numa velocidade impressionante. O problema gerado era que as hastes enganchavam uma na outra, pela velocidade da digitação.

Como não havia tecnologia disponível para melhorar o processo, o jeito que os engenheiros deram foi piorar a velocidade da digitação. Eles analisaram as teclas mais utilizadas e refizeram o layout do teclado, para que estas fossem usadas pelos dedos menos ágeis. Por isso a letra A fica no canto esquerdo, para ser acionada pelo dedo mindinho.

O inusitado é que este layout persiste até hoje por um motivo simples: compatibilidade. Todo mundo já está acostumado a usar desta forma e foi estabelecido um padrão. Se algum fabricante inovar o teclado, ninguém compra.

Já na máquina de escrever eletrônica e depois no computador, o problema não existe, mas é mais fácil mudar uma tecnologia ou um produto do que mudar um usuário. É necessária uma quebra de paradigma para quebrar um hábito coletivo.

Isto não ocorre somente com produtos. Visite o metrô de São Paulo na hora do rush e você verá que todos os caixas estão fechados e se forma uma longa fila no único caixa aberto. Como não dá para melhorar a infra-estrutura de acesso, que nos horários de pico não dá a vazão necessária, aplica-se o mesmo princípio de gerar um gargalo para que o sistema não entre em colapso.

Procure ao seu redor e você verá muitas aplicações deste método Qwerty de resolver problemas. Pode não ser a melhor forma, mas ela é no mínimo criativa.

Eu só não sei se a mania que muitos têm, eu inclusive, de bater com força no teclado vem desse tempo, onde a impressão dependia de alguma força nos dedos. Mesmo quem nunca viu uma máquina de escrever mecânica, tem esse hábito. Se alguém souber, me deixe saber.

 

Nuno Figueiredo

Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.

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Ultimos comentários

Hélio Sá

Legal, não sabia dá origem do nome do teclado.