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Com esta frase, Charles Chaplin resumiu com simplicidade que não bastam máquinas para fazer uma revolução industrial. As pessoas continuam necessárias. Se a idéia era forte no contexto industrial, o que dizer quando os softwares têm a pretensão de substituir nossos cérebros, como as máquinas já tentaram, sem sucesso, substituir nervos e músculos?
Trabalhamos, como você sabe, com softwares de logística. E como sempre insistimos, o sucesso de nossos softwares (e de qualquer outro) passa sempre pela adequação de bits e bytes com corações e mentes.
Os softwares são ferramentas de apoio ao peopleware. Esse é um lema que discutimos à exaustão porque sabemos que nenhum bom software, por mais bem intencionada que esteja a diretoria da empresa ao implantá-lo, traz resultados sem sua integração plena com o peopleware.
Quanto mais ambicioso e inovador for o projeto, mais necessário é o prévio engajamento de todos os envolvidos. Quanto mais ampla a participação de todas as partes da empresa, melhores os resultados.
Sugerimos sempre que se pense na condução de uma orquestra, em que a partitura seja o software e o talento, a dedicação e a determinação das pessoas envolvidas se configure no peopleware. A boa música só surgirá com a dedicação do peopleware.
Na prática, a vinculação do peopleware com o software se dá através de treinamento, acompanhamento e revisões constantes. Muita conversa, muita emoção, muito estímulo ao risco, às tentativas e respeito aos erros e, principalmente, tornar explícito o apoio da direção da empresa.
As máquinas não substituíram os homens. Os softwares não substituirão nossos cérebros. Mas continuamos a usar bem as máquinas com o emprego cada vez mais crescente de softwares. Sejam elas robôs, caminhões que circulam pelas nossas estradas ou aparelhos cirúrgicos.
E só agregaremos vantagens competitivas aos nossos negócios se soubermos integrar nossos softwares ao nosso peopleware.
Termino parafraseando Chaplin: “Não basta a tecnologia, precisamos de gente que agregue valor no uso da mesma.”
Nuno Figueiredo
Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.
Foto: Os Tempos Modernos. Dir Charles Chaplin, 1936
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Com certeza! Ótimo texto!