ESG e porque você deveria prestar atenção nisto

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Nuno Figueiredo

08 de dez de 2020

· 4 min de leitura

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ESG
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A Sigla ESG vem de Environmental, social and corporate governance, versa a respeito das preocupações que cada empresa deveria ter com o meio ambiente, com a questão social e as boas práticas de governança corporativa.

Como a parte mais sensível do corpo humano é o bolso, vamos começar pelo incentivo financeiro. Um post da XP investimentos menciona que mais de US$ 30 trilhões são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis.

Você pode ler o post da XP “ESG de A a Z: Tudo o que você precisa saber sobre o tema”, que aborda de forma bem completa o viés do mundo do investimentos.

Um amigo comentou comigo sobre um curso que fez no IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e como o ESG está se tornando um padrão.

Agenda Positiva de Governança

Você pode ler mais a respeito da agenda positiva do IBGC neste link.

O racional por trás disso é que há fundos que investem olhando para o longo prazo. O Sílvio Zen mencionou um fundo de professores do Canadá cujo horizonte de investimento é para daqui a 90 anos!

Não é difícil entender que a responsabilidade social e ambiental versa não só a respeito da empresa em si, mas no meio em que ela está inserida. Sendo mais claro, não há investimento para o amanhã, se não houver amanhã.

Esta visão além de orientar os investimentos, interfere na escolha dos CEOs, e dos conselheiros. Não é à toa que o IBGC está com a agenda focada nisso, já que ela é um dos celeiros de mão de obra para conselhos de grandes empresas.

Participei num evento do GONEW na semana passada e estes temas também estão em pauta nas conversas deste grupo de Governança e Nova Economia.

Um dos palestrantes, o Ricardo Amorim, frisou a necessidade de o Brasil mudar o seu discurso em relação ao meio ambiente. Temos preservados 2/3 de nosso território, comparados aos 10% que os EUA têm, para dar um exemplo.

O Ricardo comenta que o Brasil, mais pelo discurso do que pelas práticas, está se tornando um alvo e tende a sofrer retaliações. Parafraseando um técnico de futebol “não há bobos no comércio internacional.”.

As causas como a diversidade e o meio ambiente são mais facilmente adotadas pelas novas gerações, principalmente pelos que têm menos de 35 anos.

Nós temos uma distorção na sociedade a respeito de alguns destes temas por pessoas que se enquadram mais no viés conservador, principalmente nos que militam de forma mais radical no extremo.

A esquerda de uma forma mais abrangente comprou e incorporou estas bandeiras. Isso gera um efeito colateral: quem não gosta da esquerda, também não gosta de nada que esta defenda, logo se eles são a favor, um conservador tem que ser contra.

E a priori estes temas não têm a ver com viés político. Ninguém deveria ser contra políticas de preservação do meio ambiente, por exemplo. Essa é uma falsa discussão, porque do outro lado está o gás carbônico, o efeito estufa, entre outros.

Dá para discutir políticas de preservação, dá para alinhar e racionalizar o tema, mas isso não é como o aborto, para dar um exemplo, onde alguém é contra ou a favor, ou se preferir a dicotomia pró vida ou pró escolha.

Os jovens que são hoje muitas vezes rotulados como mais aderentes a pautas esquerdistas, não são coitados manipulados por alguns professores ou pelas redes sociais. Eles simplesmente são mais bem formados e engajados e adotam mais rapidamente este tipo de causa. Isso não implica em acreditar em socialismo ou estatização, e sim no problema de largar uma pauta que deveria ser de todos como uma bandeira de alguns.

Esta agenda está na pauta das grandes corporações. Se você não faz parte de uma multinacional, não se preocupe, a sua empresa certamente fornece para alguma grande corporação, e estas costumam irradiar seus valores e compromissos ao longo da cadeia. Trocando em miúdos, você vai acabar aderindo a esta pauta, nem que seja a fórceps.

Se você ainda está cético, veja a declaração abaixo, feita pela Nasdaq no Instagram.

Declaração Nasdaq
Tradução: As empresas têm uma oportunidade de progredir aumentando o número de mulheres e minorias sub-representadas servindo em seus conselhos

O ESG veio para ficar. Usando outra metáfora do futebol, aceita que dói menos.

 

Nuno Figueiredo

Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.

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