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O mundo tem sofrido fantásticas transformações. Em todos os segmentos. Na Medicina, nos negócios, na educação, no entretenimento e na forma com que as pessoas se relacionam umas com as outras. E a tecnologia tem sido o grande viabilizador destas possibilidades desempenhando um papel extremamente relevante nessa transformação. Desde os primórdios o homem tem buscado alternativas para desempenhar as suas atividades. Suas buscas, redundaram em importantes descobertas desde a pré-história até os momentos atuais. A descoberta do fogo iluminando as cavernas escuras e mesmo permitindo cozinhar a carne dando um sabor diferenciado a caça foi uma notável conquista do ser humano.
Darwin inteligentemente percebeu que o ser humano com a habilidade e a capacidade de se adaptar ao meio ambiente teria uma vantagem sobre aquele que era mais forte. A lei da sobrevivência, que ao longo destes anos todos, têm servido como elemento-chave para que o homem possa superar a outras espécies e a si próprios para se manter na concorrência que desde os primórdios, sempre existiu.
Dando um salto significativo na história do homem, exploremos o nosso tema da Indústria 4.0. No mundo dos negócios até o século 18, a produção era extremamente manual, com pouco ou quase nenhum apoio de equipamentos. Isso pode ser observado nas minas de carvão e no cultivo das plantações. A isso denominamos Revolução 1.0. Na sequência com o advento das máquinas a vapor e produção em série nos voltamos para a Revolução 2.0. A Revolução 3.0 culmina com os circuitos integrados e já com grande avanço da tecnologia. Contudo nos dias atuais tal transformação tecnológica e digital, leva as empresas a um outro estágio que denominamos Revolução 4.0 onde o uso da tecnologia de uma forma apropriada leva a uma condição de competitividade extremamente poderosa.
Fundamentalmente nasce na sociedade conceitos particularmente importantes apoiados em geração astronômica de dados, Inteligência Artificial, robótica, redes sociais e capacidade de armazenagem de dados, conectividade e comunicação nunca antes vistos. Dados e informações são elementos cruciais na era em que vivemos. Aparelhos antes essenciais para manter uma função secundária como é o caso da televisão e do rádio passam a não ter a mesma importância de outrora. Os aparelhos mais inteligentes passam a ser mais atrativos devido a mobilidade e acessibilidade que os mesmos oferecem além das funções de vídeos, fotografias, socialização, mensagens entre tantas outras não menos importantes.
Essa mudança radical provocada pela tecnologia muda a forma como pessoas e organizações se comportam. Desde a maneira como irão divulgar os seus produtos até a forma como irão precificá-los e como irão reutilizá-los para proteger o meio ambiente.
E a Indústria 4.0, sim chamemos de indústria ao invés de revolução, nada mais é do que o uso intensivo e inteligente da tecnologia para planejar, comprar, fabricar e entregar produtos, subprodutos ou componentes. Dentro deste contexto as partes se conectam e usam os dados para gerar informações que são extremamente úteis tanto no ambiente da manufatura como no ambiente de serviços.
Na conjuntura que estamos abordando, falar de Indústria 4.0 ou de Internet das Coisas que são conceitos similares, leva a um objetivo essencial onde as organizações entendem o uso da tecnologia e aplicam adequadamente para a vantagem competitiva.
No contexto da supply chain muitas empresas têm buscado posicionar-se na vanguarda através da otimização dos custos, agilidade dos serviços, visibilidade dos estoques e melhor serviço ao cliente.
Muito se comenta sobre as iniciativas visionárias da Amazon, Volkswagen, Microsoft, Walmart e mesmo a Apple buscando posicionar suas cadeias de abastecimento para melhor atender às suas necessidades e objetivos estratégicos. O Brasil ainda engatinha, pois o nível de investimentos tem sido baixo. E em meio a crise as empresas buscam conter os gastos. Porém há ainda um agravante: culturalmente ainda temos que evoluir para extrair desta evolução o melhor caldo para sobreviver.
Uma das funções críticas em logística até pouco tempo era ter a visibilidade dos estoques ao longo da cadeia de abastecimento seja no armazém, centro de distribuição ou nos próprios modais de transporte, envolvendo caminhões, trens, navios e aviões. Era traumático para muitos gestores não possuir em tempo real a informação do abastecimento do produto na gôndola ou a entrega a um consumidor final através de canais especificamente montados para tal finalidade como é o comércio eletrônico. Hoje a tecnologia permite a administração destes estoques ao longo da cadeia e a posição geográfica em que se encontram. Sem dúvidas há que se avaliar o nível de investimento a ser feito.
A indústria 4.0 é uma convergência entre a Tecnologia da Informação e a Tecnologia Operacional, que foi possível graças ao surgimento de soluções digitais e tecnologias avançadas, que possibilitam comunicarem-se e trabalharem os dados com velocidade e nos diferentes volumes, com uma qualidade incrível e maior segurança.
Alguns exemplos:
Essas tecnologias favorecem a transformação digital da manufatura através da integração de sistemas e processos interconectados em toda a cadeia de valor.
O assunto tem sido profundamente debatido, especialmente no que tange ao papel das pessoas nas organizações. Claramente, a força de trabalho precisa ser atualizada e educada. As organizações mudam e forçam as pessoas a se adaptarem. Universidades necessitam estar atentas e também promover suas transformações. Políticas públicas precisam ser fomentadas e implementadas.
O homem cria a inteligência artificial e acaba tendo receio de sua criação. É preciso conhecer para desmistificar. Esta evolução tem sido extremamente positiva principalmente no campo da saúde. A conscientização é fundamental em todas as camadas da sociedade. Usar Facebook ou Whatsapp não significa conhecer o mundo digital, embora demonstre de certa forma estar inserido no contexto.
Ainda que seja um tema em desenvolvimento no Brasil, lentamente está alcançando adeptos, ao menos conceitualmente. A adoção será uma questão de tempo. É a lei da sobrevivência. Que a força esteja contigo!
O Autor: Paulo Roberto Bertaglia
- Fundador e Diretor Executivo da Berthas (www.berthas.com.br ), atuou nas empresas: IBM, Unilever, Hewlett-Packard e Oracle. Ao longo da carreira tem se especializado nas áreas de Supply Chain Management, Gestão estratégica de Negócios, Liderança, Vendas e Terceirização de Serviços. Professor de pós-graduação em Logística, Gestão Estratégica de Negócios e Tecnologia da Informação.
- Professor de MBA e articulista de importantes mídias de comunicação.
- Autor de vários livros entre eles Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento - Editora Saraiva, 3ª edição – 2016.
- Realiza palestras de temas estratégicos, incluindo Indústria 4.0, transformação digital, supply chain/logistica, estratégia e liderança empresarial para empresas e instituições educacionais.
Nota da Signa:
A oportunidade de trazer convidados para escrever neste espaço não significa que a opinião externada seja a opinião da Signa, mas sim que, ao darmos voz a um expoente deste mercado para nos brindar com um pouco de seu conhecimento, nos permitir conhecer os assuntos por vários ângulos.
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