Chore no treino ou chore na prova

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Nuno Figueiredo

15 de out de 2019

· 4 min de leitura

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Quando os meus filhos participavam de competições de natação tinha uma frase que o técnico deles sempre repetia:

Ou você chora no treino, ou você chora na prova

Não tem mágica, não há milagre. Não há inspiração ou motivação que faça você performar bem se não se preparou de forma adequada.

Eu testemunhei isso hoje. Fiz uma corrida de 16 K. Por uma série de motivos, não tenho treinado como deveria. Meu treino mais forte na semana foi de 10 K. Fui lá na base da teimosia, tentando manter ou melhorar o meu tempo.

O resultado previsível é que eu “quebrei”. Na corrida quebrar significa que você não aguentou o ritmo e precisou andar algum trecho.

Mea Culpa, mea maxima culpa. Podia justificar isto de várias maneiras, entre elas a dor na lombar que virou minha companheira de corrida, mas no fundo eu sei bem o que houve. Não fiz o que deveria ter feito e qualquer coisa depois disso é mera desculpa.

Normalmente quando termino uma prova parece que o cansaço e o esforço valeram a pena. É revigorante. Hoje não, fiquei com uma sensação ruim de quem não chega no resultado. Preciso voltar a chorar no treino.

A lição do Nobel

Um oscar aos 97 anos? Difícil né. E um Nobel, impossível?

Mas o desenvolvimento das baterias de lítio conferiu a John Goodenough, M. Stanley Whittingham e Akira Yoshino, o Nobel de química de 2019. Aos 97 anos, o americano John B. Goodenough passa a ser a pessoa mais velha a ganhar o Nobel.

Em um tempo que pessoas acima dos 40 estão sendo preteridas no mercado de trabalho, este caso, além de ser inspirador, mostra que os preconceitos são sempre um erro.

O britânico-americano M. Stanley Whittingham, tem 77 anos e o japonês Akira Yoshino, tem 71 anos

Isso não dá para comprar

O Bill Gates comenta que o maior medo dele é que seu cérebro seja afetado e pare de funcionar direito. Isso se deve, claro, ao processo natural de envelhecimento que aumentam as chances do mesmo ser afetado por alguma doença. Ele conta com seu raciocínio ímpar para realizar seus projetos na fundação Bill e Melinda Gates.

Ele mantém uma agenda frenética. Continua devorando livros no seu tempo livre, e está sempre viajando atrás de compromissos de sua fundação.

A secretária dele explica o motivo de uma agenda tão corrida: ele se envolve com desafios complexos, e tem muitos por realizar, daí o senso de urgência. O homem que pode comprar tudo, não consegue comprar mais tempo.

O tempo é democrático e não volta para ninguém.

O Coach das máquinas

Já ouvi e li muita coisa a respeito de como as máquinas vão substituir o homem, sendo o cérebro a última fronteira. Quando um computador for mais inteligente, em todos os sentidos, que um humano, teremos finalmente chegado no apocalipse previsto no Exterminador do Futuro.

O Gary Kasparov nos dá uma nova e revigorante perspectiva a respeito. Podemos combinar nossas habilidades únicas com o poder computacional gerando uma combinação mais poderosa.

Neste maravilhoso TED ele introduz um conceito novo: o humano como sendo um coach da máquina, para que esta aprenda conosco e se aperfeiçoe. Como ele diz de forma brilhante, isso não é futuro, é presente. E ele dá vários exemplos. É um TED Imperdível.

Escalando o Everest

E falando em coach, um conselho que eu ouvi do Allan Costa. Se você quer escalar o Everest, contrate um guia que já escalou o Everest pelo menos uma vez. Hoje tem muito guia que sabe tudo a respeito do Everest, sem nunca ter estado nem a 100 metros de lá.

Ele se refere à febre do Coach, mas se aplica também para outras áreas. Temos o empreendedor de palco, o sujeito que sobe lá e faz uma apresentação matadora e super divertida sobre inovação e empreendedorismo. Ele é um cara cheio de energia, tem alguns slides muito bons. No fundo, não tem uma obra por trás que justifique. Nunca empreendeu de fato. Você pode até acreditar nele, mas não chame ele para sócio.

 

Foto: Freepik

 

Nuno Figueiredo

Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.

 

Post em pílulas mais curtas

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