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O presidente do banco Itaú, Roberto Setúbal, afirmou que não tem as respostas para a Transformação Digital.
“Não temos a resposta para o que queremos e isso nos angustia toda noite”
Estamos falando de um banco que teve só R$ 7,034 bilhões de lucro no segundo trimestre. É isso mesmo, 7 bilhões de lucro em três meses. Se o presidente dessa máquina de ganhar dinheiro está sem dormir, é porque ele entendeu o tamanho do problema.
Ele é sincero ao dizer que eles não têm as respostas para o que vai ocorrer com mercado financeiro. A priori ninguém tem. Eles têm, no entanto, algo importante, não estão parados e tem em mente que terão que se adaptar, se reinventar.
Se isso é um problema para o Itaú, é para todo mundo.
Você pode ler a matéria completa do Estadão neste link.
A Martha Gabriel é alguém que você deveria seguir quando o assunto é Transformação Digital.
Ela afirma:
80% de nossos colaboradores não estão prontos para a transformação digital na empresa e na própria carreira.
A Martha explica que a mentalidade digital requer que se pare de replicar coisas do passado. E ela dá a diferença entre transformação e mudança. Isso é importante porque o mundo sempre mudou o tempo todo, logo não há novidade em dizer que temos sempre que nos adaptar às mudanças.
Para ela, a transformação é uma mudança de estado, algo permanente. Ela é um processo temporário porque uma vez que ocorre cessa o processo. Você está diferente de forma efetiva.
Já a mudança é reversível, você não permanece no novo, você volta ao estado anterior. Logo a mudança seria um processo cíclico e permanente. Mudança dá trabalho e dá problema, por isso ela não seria tão efetiva.
Nesse jogo de palavras, no final fica claro porque se emprega o termo Transformação Digital.
Em 3 de setembro de 1989 o avião da Varig caiu no meio da noite na floresta amazônica. Das 54 pessoas a bordo, 12 passageiros morreram e 17 ficaram gravemente feridos.
O inusitado é que o principal fator, não o único, foi o uso de uma vírgula. Isto ocorreu no processo de implantar o plano de voo computadorizado. A reportagem do UOL explica o problema com a vírgula.
Até aquela época, utilizavam-se apenas três dígitos para inserir a orientação do rumo que a aeronave deveria seguir. Com os novos planos computadorizados, esse campo passou a contar com uma casa decimal, passando a ter quatro dígitos ao todo.
Com isso, houve uma confusão na hora de se programar os instrumentos do avião, que deveriam conter a rota 027,0°, e não 270°. Com isso, em vez de se dirigirem ao norte, em direção a Belém, acabaram indo para o oeste.
Um caso real e trágico que nos alerta que não basta automatizar, temos que cuidar dos humanos que vão usar o novo.
Você pode ler o artigo da UOL neste link “A história do avião da Varig que caiu na Amazônia por causa de uma vírgula”.
Várias startups estão oferecendo soluções com o uso de inteligência artificial para as companhias aéreas.
Enquanto isso atuar em chatbots, sites e BackOffice tudo bem. O problema é que isso virá também para melhorar a manutenção de aeronaves. Você pode ler mais a respeito neste link.
Esta é uma indústria onde a inovação não pode ser acelerada demais. A segurança é um freio natural para a inovação, logo padrões rígidos de segurança impõem etapas de testes e certificações que não podem ser desprezados.
Basta lembrar dos acidentes que levaram a Boeing a retirar de uso o 737 Max 8. A causa do acidente? Mecanismos essenciais de segurança eram vendidos como opcionais e, claro, problema no software. Você pode ler a respeito neste link.
A loja conceito da Hering localizada no Shopping Morumbi é um case interessante de Transformação Digital. Por mais que a tendência seja do crescimento do e-commerce, não veremos o fim das lojas físicas, mas elas serão muito diferentes.
Neste sentido este case da Hering é interessante. A loja tem todas as mercadorias com tag RFID. Além da tecnologia permitir um controle de estoque em tempo real, melhora a experiência do consumidor.
Ao entrar no provedor o sistema sabe que roupas você pegou e, numa tela touchscreen, ele sugere outras opções ou peças que combinam. Além de permitir você chamar o atendente.
Alvissareira a iniciativa da marca de abraçar o novo e experimentar tecnologias. Porém o cuidado com os dados do consumidor é algo novo e que veio para ficar. Já falamos a respeito do impacto que a LGPD vai provocar no mercado, trazendo novos riscos e necessidades de controle. Você pode ler a respeito no link “LGPD uma ameaça a vista?”.
A LGPD só entra em vigor em agosto de 2020, mas a preocupação com a segurança e uso de dados do cliente já tem que ser posto em pauta.
A matéria do Olhar Digital comenta que a Hering, nessa loja conceito, pode ter atravessado a linha de segurança no uso da tecnologia. Câmeras instaladas na loja captam a reação das pessoas a uma determinada roupa e, usando algoritmos de reconhecimento facial, o sistema identifica o cliente e registra, além da reação, os locais de preferência do cliente ao circular pela loja.
A Hering está sendo processada pelo IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) por uso de reconhecimento facial sem consentimento. A multa pode chegar a R$ 97 milhões.
A empresa nega que esteja usando reconhecimento facial, mas sim detecção facial. Na prática o que ela argumenta é que sim, ela analisa o rosto, identifica aquele rosto de forma única e consegue saber as reações do indivíduo e ainda por onde ele transita. Ao não fazer o reconhecimento facial, ela está dizendo que não guarda em um banco de dados uma ligação entre esse rosto e um cadastro desse cliente.
Se isso for procedente, na minha opinião ela não está invadindo a privacidade de ninguém, visto que não é possível identificar o dono daquela informação, sendo estes dados estatísticos e anônimos, portanto, não se aplicariam nem se a LGPD já estivesse em voga.
Ainda assim o assunto é controverso e não há legislação específica sobre o uso da tecnologia de reconhecimento facial. A Hering, neste caso, paga o preço do pioneirismo.
Você pode ler a respeito da matéria do Olhar Digital neste link.
Este post pegou algumas notícias que considerei mais interessantes e sobre as quais achei oportuno comentar. Apesar dos assuntos terem lá alguma relação, não há uma conexão direta entre eles. Estou testando algo diferente e adoraria saber a sua opinião a respeito.
Nuno Figueiredo
Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.
Foto: Freepik
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