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Uma das primeiras coisas que eu aprendi no mundo corporativo é a necessidade de se obter resultados. O resultado de uma empresa é, em última análise, o lucro. Como diria o comandante Rolim, da TAM: Nada substitui o lucro, de onde se deriva nada substitui o resultado.
É comum em projetos perdermos algumas batalhas. É triste, mas acontece. Muito diferente é perder a guerra. Às vezes, o desânimo de uma batalha perdida, nos faz perder o foco e pode contaminar algo maior que é a guerra em si.
No tempo dos descobrimentos, navegar era algo extremamente audacioso. É o equivalente, guardadas as devidas proporções, a uma viagem da NASA nos dias de hoje.
Usavam instrumentos precários, embarcações idem. Enfrentavam o mar aberto, sujeito a doenças e toda a sorte de crendices. Uma delas, dizia que a terra era plana e o mar acabava num abismo.
O resultado, neste caso, é chegar com o navio no seu destino. Não importa quantas tormentas ou problemas foram enfrentados, se houve ou não tempestades e se o mastro está inteiro ou pela metade. Qualquer viagem termina com uma destas situações: os que chegaram ao seu destino e os que não conseguiram o resultado.
Nos dois casos, haverá muitas histórias para contar, problemas para serem narrados e dificuldades não previstas. Para os que chegarem ao destino, isto será contado várias vezes e esses percalços serão um tempero adicional, que aumentará o orgulho de quem chegou do outro lado.
Infelizmente, para o segundo caso, tudo soa como desculpa, por mais inevitáveis e não controlados que sejam os problemas que impediram o navio de chegar ao seu destino. Você não irá ouvir muitas histórias de quem perdeu uma guerra ou um projeto. Nada substitui o resultado.
Eu tenho certeza que problemas todos tem, como lidamos com eles é no final o que faz a diferença. Ninguém diz isso melhor que o Rocky Balboa, no filme Rocky 6:
“O mundo não é um mar de rosas; é um lugar sujo, um lugar cruel, que não quer saber o quanto você é durão. Vai botar você de joelhos e você vai ficar de joelhos para sempre se você deixar. Você, eu, ninguém vai bater tão forte como a vida, mas não se trata de bater forte. Se trata de quanto você aguenta apanhar e seguir em frente, o quanto você é capaz de aguentar e continuar tentando. É assim que se consegue vencer.
O meu ponto é que pode até doer, você pode ter problemas, mas no final ou você obtém ou não obtém o resultado. Não há ganho parcial, não há meio termo.
Um exemplo real: o conquistador espanhol Hernando Cortez, ao desembarcar no México, enfrentou problemas, havia muito ruído e descontentamento; avizinhava-se um motim, pois os homens queriam voltar. Ele então mandou queimar as caravelas que trouxeram seu exército. Queimar os navios serviu para deixar claro para seus comandados que não havia outro caminho para a sobrevivência a não ser seguir em frente e enfrentar os Astecas.
Em algumas batalhas, isto chama-se dinamitar a ponte. Você passa e destrói a única forma de voltar, restando à tropa avançar ou avançar, visto que não dá mais para recuar. Independente da estratégia desenhada e dos cuidados tomados, existem horas em que somente a dedicação e o espírito de equipe é que resolvem a parada e garantem o resultado.
Sempre que iniciamos um novo projeto, muito investimento de tempo e energia e quando enviamos um post é comum recebermos mensagens de retorno. Uma, em especial, tinha uma frase muito interessante que eu gostaria de dividir com vocês. Ela denota bem a importância de obtermos o resultado:
Visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Visão com ação pode mudar o mundo.
No final eu concluo que o comandante Rolim sabia sintetizar numa frase simples um conceito bem abrangente. De todo este texto a única coisa que você precisa guardar e que nunca deve esquecer: Nada substitui o lucro.
Nuno Figueiredo
Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.
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