O que é o TMS para a Carga Completa

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Nuno Figueiredo

02 de mar de 2021

· 4 min de leitura

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TMS
Carga Completa
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Há vários nomes para este tipo de transporte: carga completa, carga fechada, carga consolidada, FTL (Full Truck Load), transferência, transporte primário e carga de lotação, entre outros.

Há também várias empresas focadas neste tipo de transporte. Por exemplo, a maior transportadora do país, a JSL, iniciou seu vistoso crescimento focando nesta modalidade.

Um dos fatores críticos de sucesso para esta modalidade é o uso eficiente do mix frota própria, agregado e terceiros. Não existe uma fórmula mágica que determine qual o percentual ideal de uso de cada um destes tipos de contratação. Recentemente ouvi um empresário do setor comentar que operava com 20% de frota e 80% de terceiros, e que agora vai inverter para operar com 80% de frota e 20% de terceiros. Um efeito direto da nova tabela de frete mínimo.

Não é só o custo o fator determinante. O tipo de veículo necessário e a rota também são relevantes para escolher qual a forma mais eficiente de contratação.

Esta modalidade de transporte é a mais simples de apurar a rentabilidade. Normalmente basta somar a receita dos CTes envolvidos e subtrair o custo do transporte que é o obtido diretamente do valor a ser pago a um terceiro.

Este raciocínio é válido também quando se contrata um agregado ou se utiliza a frota própria. No caso do uso da frota própria, a simplicidade pode ser obtida ao usar o conceito de divisão da empresa em Logística e Frota. Falamos a respeito deste tema no post “O que é o TMS para quem tem frota Própria” e ainda no post “Dicas para chegar aos resultados para quem tem frota própria”.

Uma das capacidades requeridas no TMS é a flexibilidade no tratamento de tabelas de preço, visto que há uma grande diversidade de precificação nesta modalidade. O preço, além de variar pelo tipo de veículo envolvido, pode variar por faixa de KM ou por origem/destino. Sem contar que é possível cobrar um valor fixo, valor pelo tipo de produto transportado, por tonelada, por percentual do valor transportador e ainda pela quantidade de produtos transportados.

Além disso, em transportes especiais há uma vasta gama de taxas que podem ser incorporadas ao preço, sendo essencial a possibilidade de se alocar quantas taxas forem necessárias, considerando ainda que estas taxas podem ter um valor fixo ou variável por peso e valor, e finalmente elas podem variar por quantidade, como é o caso do uso de ajudantes.

O frete consolidado envolve uma ou mais notas fiscais. No caso de envolver várias notas para diferentes destinatários há a necessidade do TMS tratar o rateio de frete, gerando automaticamente quantos documentos (CT-e) forem necessários.

É fácil perceber que a falta de um dos dois recursos acima comentados obriga o usuário a fazer cálculos manuais apoiados em alguma planilha. É aí que começa o risco de cobranças erradas e perda de receita num eventual erro de cálculo. Principalmente em operações que envolvam um movimento mais expressivo.

Outra ferramenta importante no transporte de carga fechada é o planejamento da demanda, com a possibilidade de ir informando no sistema todas as programações de carregamento necessárias em cada filial, para cada remetente e destino, de forma a permitir uma visão geral da necessidade de veículos. Isto é importante para dimensionar de forma eficiente o uso da frota própria e a necessidade de contratação de terceiros para suprir a demanda.

O planejamento deve ser totalmente integrado permitindo a reserva de programações por tonelada, volumes ou veículos. Esta reserva deve permitir a emissão da Ordem de Carregamento e posteriormente o CT-e e MDF-e, em passos simples e com as informações fluindo em cada etapa, de forma que uma informação seja imputada uma única vez e se torne disponível ao longo do fluxo.

O uso de um módulo de monitoramento e gerenciamento de viagens é outro requisito desejável para acompanhar os veículos em tempo real, permitindo desde o cumprimento dos prazos, o uso eficaz dos ativos e, principalmente, permitindo um apoio ao planejamento que terá a visão da previsão de chegada dos veículos a um determinado local e poderá decidir se reaproveita um veículo ou contrata um terceiro de forma mais eficaz.

Quando há o uso de agregado ou motorista próprio é imprescindível ainda uma boa gestão dos acertos de viagem. Se você seguiu as dicas de gestão para frota própria já sabe que este é um problema do gestor de frota, não da Logística, mas cito esta necessidade por ser um controle fundamental para que o custo previsto na viagem não fique fora de controle e acabe gerando prejuízo.

 

Nuno Figueiredo

Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.

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