Nem sempre o Rei é o cara

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por

Nuno Figueiredo

24 de set de 2019

· 5 min de leitura

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empreendedor serial
Roberto Carlos
startup
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O Jô Soares fez algo impensado à época, saiu da rede Globo para ir para o SBT com o seu maravilhoso programa de entrevistas, o Jô Soares onze e meia. Em 95 ele resolveu convidar o Roberto Carlos, o cantor, para ser entrevistado.

Como o Roberto Carlos tem um contrato de exclusividade com a Globo, ele pediu um tempo para poder obter um aval da emissora. O Roberto retornou muito chateado dizendo que estava havendo uma grande pressão para ele não participar.

O Jô Soares respondeu:

- Roberto, não tem problema, nós somos amigos há tanto tempo, um dia a gente faz. Mas vou te dar uma sugestão: todos os dias, quando você acordar, se olhe no espelho e diga: “Eu sou o Roberto Carlos, cara, eu sou o Roberto Carlos”.

Meia hora depois o Roberto ligou para o Jô e disse:

- Jô, está tudo certo, eu vou ao programa. Sabe por quê?

- Por quê?

- Porque eu sou o Roberto Carlos.

As vezes alguém tem que lembrar ao rei quem ele é. Talvez seja depois desta que o Roberto fez aquela música dizendo que ele era “o cara”.

Roberto Carlos - Esse cara sou eu

Tragédia anunciada

Quando mudamos a matriz da Signa para o nosso endereço atual tivemos que fazer uma ampla reforma, que incluiu novas divisórias. Como o edifício tem uma zeladora competente, ela chamou os bombeiros para fazerem uma vistoria após a reforma.

Como criamos novos ambientes, a posição original de alguns sprinklers não servia mais, porque a eficácia em caso de incêndio não seria a mesma. Eles pediram que novos sprinklers fossem instalados para que cada sala tivesse a proteção adequada contra o fogo.

O Engenheiro que contratamos para a obra explicou que não dá para testar um sprinkler, porque quando um estoura, a pressão faz com que todos os demais estourem junto para tornar a chance de incêndio menor.

Verificamos isso na prática alguns anos depois. No mesmo prédio um dos andares abaixo estava fazendo uma reforma. No fim de semana um pedreiro acidentalmente quebrou um sprinkler. Imediatamente os demais estouraram e foi água para todo o lado. Como o sujeito ficou sem ação, alagou o andar. A água invadiu os corredores e desceu pelo poço dos elevadores, queimando a placa dos três elevadores disponíveis.

O resultado foi o prédio alguns dias sem elevador e uma conta de mais de 40 mil reais para o infeliz contratante da obra. O tal do sprinkler funciona muito bem.

Sprinkler

Um incêndio é sempre uma tragédia. Deveria ser algo evitável. Em algumas situações até entendo que pode ter ocorrido algum evento difícil de prever, mas via de regra sempre que escuto que algo pegou fogo, o que me vem à mente é a palavra negligência.

Os eventos desde a boate Kiss até o hospital no Rio de Janeiro são evitáveis e inaceitáveis. Alguém deveria ir preso por isso.

O Empreendedor Serial

Um termo da moda que tenho visto com alguma frequência em currículos é Empreendedor Serial. Não basta o cara ser empreendedor, tem ainda que ser serial.

O termo me é um pouco estranho. Significa que o sujeito é um maker, um fazedor de empresas, um empreendedor mais vitaminado.

Fico imaginando o que dizer de Bill Gates, que fez somente a Microsoft. Ele não serializou nada até sair do comando da empresa para assumir a gestão de sua fundação.

Empreendedor Serial

Hoje se fala muito também do propósito. Não basta a empresa ter missão e valores, tem que perseguir um propósito ou o porquê faz o que faz. O empreendedor serial teria um propósito serial também? Ou vamos perseguir o propósito do dia?

Uma matéria do UOL explica que o empreendedor serial é aquele apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas principalmente pelo ato de empreender.

Em tempos de relacionamentos superficiais e rápidos, o empreendedor serial deve ser o equivalente ao “ficar” do relacionamento amoroso. Talvez aquele cara que esteja curtindo o seu quarto casamento passe a se chamar de marido serial. Já me basta o Serial killer.

O Universo Startup

Chegamos a oito unicórnios no Brasil. Temos oito startups que valem mais de um bilhão de dólares. Este ciclo iniciou em 2018, ou seja, estamos no início desta onda.

Abaixo a lista:

  • 99 – janeiro de 2018
  • PagSeguro da UOL – janeiro de 2018
  • NuBank – março de 2018
  • Stone – outubro de 2018
  • iFood (Movile) – novembro de 2018
  • Loggi – junho de 2019
  • Gympass – junho de 2019
  • Quinto andar – setembro de 2019.

Esse seleto grupo tende a crescer. Em agosto de 2018 existiam 314 unicórnios no mundo, segundo a consultoria CBInsights. Destas, apenas 20 seriam decacórnios, ou seja, que valem mais de US$ 10 bilhões.

Nesse novo universo não faltam gurus. Gosto da frase do Edson Mackeenzy, que alerta:

“Cuidado, tem muita testa oleosa se passando por mente brilhante”

Menos de 1% das startups chega a ser um unicórnio. E 95% das startups quebram antes de completar dois anos. Tem estatística para todos os gostos, e todos os pontos de vista. Entre as Logtechs, o mais cotado para ser o próximo unicórnio é a Cargo X.

Startups no Brasil – Fonte StartupBase

Startups no Brasil – Fonte StartupBase

Post em pílulas mais curtas

Este post pegou alguns temas que considerei mais interessantes e sobre as quais achei oportuno comentar. Não há uma conexão direta entre eles. Estou testando algo diferente e adoraria saber a sua opinião a respeito

 

Nuno Figueiredo

Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.

 

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Ultimos comentários

Adriano

Modelo ficou bem interessante, tópicos curtos e com relevância, parabéns!