Como calcular o valor do frete por quilômetro rodado?

Foto do autor do post Marcos Tomaz

por

Marcos Tomaz

21 de jun de 2023

· 10 min de leitura

· 10 min de leitura

frete
frota
logistica
transportes
tms
Foto do post Como calcular o valor do frete por quilômetro rodado?

O objetivo primordial de todo motorista que percorre as estradas do Brasil é fornecer serviços de alta qualidade, segurança e pontualidade. Ao entregar um trabalho excepcional, é possível desfrutar de uma série de benefícios, que vão desde uma demanda elevada por seus serviços até uma remuneração mais favorável.

No entanto, sem a capacidade de calcular adequadamente os custos envolvidos ao cobrar pelo frete, pode ser difícil obter resultados satisfatórios e, em certos casos, até mesmo sofrer prejuízos. Portanto, é crucial compreender a metodologia utilizada para calcular os custos associados ao quilômetro rodado com seu caminhão.

Ao fazer isso, você estará apto a cobrar um valor justo e coerente com as despesas relacionadas ao serviço prestado, o que é de extrema importância para saúde financeira do motorista.

O custo do km rodado no caminhão

É relativamente simples entender o que significa o custo do km rodado no caminhão: como o próprio nome diz, esse indicador traduz em um número todos os custos envolvidos para que o veículo rode determinada distância.

Em outras palavras, o custo do km rodado no caminhão reúne todas as despesas que o caminhoneiro tem para se deslocar. Incluem-se combustível, gastos com manutenção, pedágio, tempo de trabalho do condutor, entre outros aspectos, conforme vamos detalhar a seguir.

Para que serve esse tipo de cálculo?

O cálculo do quilômetro rodado desempenha um papel fundamental, principalmente para que os motoristas possam se planejar e estabelecer um preço justo para o frete, garantindo assim a viabilidade de suas atividades e sua estabilidade financeira. Portanto, essa contabilização deve ser encarada como uma maneira de controlar todos os custos envolvidos nas atividades realizadas.

Ao ter o custo por quilômetro rodado em mãos, os profissionais conseguem se organizar de forma mais eficiente, aumentando a produtividade dos recursos utilizados e evitando gastos desnecessários e desperdício de dinheiro.

Além disso, o cálculo do quilômetro rodado não se restringe apenas aos motoristas de caminhão. Aqueles que gerenciam uma empresa também podem utilizá-lo, por exemplo, para reembolsar funcionários que utilizam seus próprios veículos para realizar atividades profissionais.

Como fazer o cálculo?

Em geral, o cálculo do km é simples de ser feito. Contudo, como uma série de fatores influencia nas contas, é preciso entender os detalhes de cada um deles para não errar no número obtido.

Além disso, é preciso ir além das despesas mais óbvias como o combustível e considerar outros gastos, como aqueles que envolvem o desgaste natural do caminhão. Ele faz com que o equipamento se desvalorize com o passar do tempo.

Para isso, o primeiro passo é fazer a divisão entre o que são custos fixos e variáveis. A diferença entre essas categorias é bastante intuitiva: as despesas fixas são aquelas que não mudam de acordo com a demanda. Ou seja, seus valores serão os mesmos independentemente da distância rodada. Já os custos variáveis se alteram à medida que o caminhão roda uma distância maior.

Para ajudar você, vamos mostrar como custos fixos e variáveis aparecem no cálculo do km rodado com o caminhão.

Custos fixos

Entre os custos fixos mais comuns temos:

- IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores);

- Seguros;

- Licenciamento;

- Depreciação do veículo.

Para saber o peso dos custos fixos no km rodado, a recomendação é fazer a divisão da despesa por mês e, a partir disso, dividi-la novamente pela distância percorrida no período em questão. Com isso, pense, por exemplo, em um caminhão cujo custo anual com IPVA é de R$ 6.000,00 e que roda cerca de 3000 km por mês.

Dividido ao longo dos 12 meses do ano, temos:

R$ 6.000,00 ÷ 12 meses = R$ 500,00 por mês.

Com isso, em um intervalo de 30 dias em que o veículo tenha rodado a média de 3000 km teremos:

R$ 500,00 ÷ 3000 km = R$ 0,16.

Dessa forma, o custo por km rodado referente ao IPVA, um dos principais custos fixos de um caminhão será de R$ 0,16.

Se, no mês seguinte, a distância percorrida for maior, o custo por km será menor, ainda que o valor do IPVA seja o mesmo já que ele é um custo fixo e não varia de acordo com o tamanho dos trechos percorridos.

Custos variáveis

Já entre os custos variáveis, aqueles que normalmente entram no cálculo do km são as despesas com: combustível, pneus, lubrificantes e manutenção.

O peso do combustível no cálculo do km rodado também é simples de ser realizado. Basta fazer a estimativa de quanto o caminhão roda com 1 litro de diesel e multiplicar pelo tamanho do trajeto no mês.

Imagine agora um veículo que roda 3 km com um 1 litro de combustível e que o preço desse insumo é de R$ 4,00 por cada litro. Se no mês forem percorridos 3000 km, a conta no posto será de R$ 4.000,00.

3000 km ÷ 3 km/l = 1000 litros

1000 litros x R$ 4,00 = R$ 4000,00

No caso dos pneus, o motorista pode dividir o preço desse item pelo tempo entre cada troca. Se o jogo é substituído a cada ano e seu custo é de R$ 1.200,00 o valor mensal com esse quesito é de R$ 100,00.

R$ 1.200,00 ÷ 12 meses = R$ 100,00

Com todos os custos fixos e variáveis somados ao longo do mês e divididos pela distância percorrida, chegamos ao custo do km rodado.

Assim, se num exemplo o custo fixo mensal é de R$ 5.000, o custo variável é de R$ 3.000,00 e o caminhão rodou 3000 km no período, o km rodado terá custo de R$ 2,66 conforme o cálculo a seguir:

custo fixo mensal R$ 5.000,00 + custo variável mensal R$ 3.000,00 ÷ distância percorrida 3000 km = custo do quilômetro rodado R$ 2,66 por km

 

Tabela de frete da ANTT e Calculadoras online

Existem duas formas de calcular o frete por km: a partir da tabela da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) ou com calculadoras online. Veja a seguir como funciona cada uma.

Tabela de frete da ANTT

Para calcular o valor do frete por km, é preciso ter em mãos as seguintes informações: 

- Tipo de carga a ser transportada; 

- Distância a ser percorrida; 

- Número de eixos carregados do veículo.

Feito isso, basta multiplicar esses valores pelas especificações da tabela. 

Por exemplo, um caminhão sairá de São Paulo para uma entrega no Rio de Janeiro com um caminhão de três eixos, carregando cadeiras e mesas. As informações que serão utilizadas são: 

- Tipo de carga a ser transportada: cadeiras e mesas (classificada como carga geral); 

- Distância a ser percorrida: 431 km; 

- Número de eixos carregados do veículo: 3 eixos.

Então, de acordo com a tabela, o valor cobrado por frete será: R$ 1,02 (valor cobrado por frete) multiplicado por 431 km (quilometragem a ser rodada) e por 3 (número de eixos). Sendo assim, o preço mínimo de frete é de R$ 1319,45.

Calculadoras online

Outra maneira de descobrir o frete por km rodado são as calculadoras online, que também utilizam como base a tabela da ANTT. De forma geral, as ferramentas funcionam de forma interativa. 

Para calcular o valor, basta inserir o tipo de carga, o número de eixos e a distância a ser percorrida nos campos disponíveis. Em seguida, automaticamente, o sistema sugere o valor mínimo do frete. 

Em ambos os casos, é importante ressaltar que os valores sugeridos são mínimos. Para chegar a um preço final, é importante acrescentar outros gastos, como: 

- Pedágios;

- Seguro e revisão do veículo; 

- Taxas e tributos, como Imposto de Renda e ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias);

- Margem de lucro. 

A importância de fazê-lo?

Ao obter o valor do quilômetro rodado, o motorista adquire uma ferramenta valiosa para aprimorar seu planejamento e implementar medidas que melhorem a eficiência dos recursos disponíveis. Para tanto, é essencial considerar todos os gastos envolvidos.

Isso significa que o condutor pode ter uma visão completa do cenário e identificar quais despesas compõem o custo do quilômetro rodado e, assim, determinar quais podem ser reduzidas ou eliminadas, bem como estabelecer estratégias para alcançar esse objetivo.

Dessa forma, é possível, por exemplo, planejar minuciosamente as rotas a fim de percorrer menos quilômetros, adotar práticas de direção defensiva para reduzir o consumo de combustível e o desgaste dos componentes. Além disso, é viável fazer um planejamento financeiro para investir em um caminhão mais moderno, econômico e com custos de manutenção mais baixos.

Como foi destacado, realizar o cálculo do custo por quilômetro rodado com seu caminhão é uma atividade descomplicada que proporciona uma série de vantagens para a sua estabilidade financeira.

Portanto, não espere mais: esteja pronto para agir e registre todas as despesas detalhadamente, a fim de obter esse valor e analisar possíveis melhorias. Não deixe para depois, tome medidas concretas agora mesmo para alcançar esse objetivo.

CONHEÇA O E-CARGO DA SIGNA, A MELHOR SOLUÇÃO EM TMS.

 

Frota Própria ou Terceirizada, como escolher?

Vale mais a pena manter uma frota própria ou terceirizar esse tipo de serviço? Essa pergunta é muito recorrente entre os gestores de logística, uma vez que existem diversas vantagens e desvantagens em cada uma das escolhas e tudo depende da necessidade da empresa.

Se o objetivo é manter uma estrutura enxuta, custos reduzidos e uma carga menor de controles, análises e planejamentos, a frota terceirizada é a melhor opção, uma vez que essas responsabilidades são da empresa terceirizada.

Com isso, a gestão volta o foco para o core business, se concentrando nas atividades que realmente geram receita para o negócio. Essa é uma forma de fazer com que seu empreendimento ganhe vantagens competitivas e saia na frente dos seus concorrentes.

Porém, se a necessidade é manter um controle maior, com mais autonomia e um processo de tomada de decisão mais simplificado, a melhor alternativa é manter uma frota própria. Afinal, ela permite que decisões como compra de novos veículos, planejamento de manutenções e gestão de custos fiquem totalmente nas mãos do gestor.

A escolha de terceirizar ou não a gestão de frotas depende muito das estratégias empresariais e de quais são os principais objetivos almejados com ela.

Ao analisar a melhor decisão, vale listar o que se pretende e quais são as vantagens e desvantagens que cada gestão proporciona, fazendo assim uma escolha mais assertiva. Analise minuciosamente as necessidades de sua empresa, seu modelo de gestão, sua estrutura de custos, as singularidades de sua operação, seu modelo de negócios, mas, essencialmente, considere as necessidades do seu cliente.

A gestão da Frota Própria aplicada ao uso de um TMS

Para definirmos em poucas palavras, gestão de frotas nada mais é do que o gerenciamento dos veículos de uma empresa que são utilizados para o transporte e coleta ou prestação de serviços. Todo esse processo ocorre na centralização de dados, como por exemplo a manutenção dos veículos, consumo de combustível entre outros.

Sendo assim, para que os veículos sirvam a empresa com o máximo de eficiência, é fundamental pensar em estratégias e traçar planos, a fim de reduzir os riscos e custos para cada operação.

Mas afinal, como tratar todas essas questões de Frota Própria sabendo que o uso de um TMS também é algo essencial nos dias de hoje?

Nós recomendamos a divisão da empresa conceitualmente em duas empresas distintas: a Logística e a Gestão de Frota.

A empresa de Logística é cliente da empresa de Frota, e ela parte de uma tabela de custo pronta e realiza a sua atividade comercial tendo uma noção muito rápida da rentabilidade de cada operação.

A empresa de Gestão de Frota é que deve cuidar de calcular todos os custos e acompanhar para que a gestão seja feita, de forma que esses custos estejam bem controlados e que, com o preço acordado com a empresa de Logística, seja possível remunerar todos os custos, incluindo a depreciação dos ativos.

Lembre-se que um Sistema de Gerenciamento de Transportes (TMS),

que não permite a separação das operações entre Logística e Frota,

e não olha o veículo como uma unidade de negócio,

não irá ajudar em nada o gestor a vencer esse desafio, ok?

Marcos Tomaz

Analista de Sucesso do Cliente, pai do Vicente, fã do futebol bem jogado e que aproveita o simples, porque o complicado a gente resolve.

Foto: Freepik 

Links Relacionados

 

Conheça nossos eBooks

0