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23/07/2018
Cadê a minha Rosie? – me perguntou a minha esposa quando conversávamos a respeito da automação já existentes pelos robôs. Pois é, se você conhece este desenho animado é porque você já curtiu muitos aniversários. O desenho de Hanna-Barbera era de 1962.
Já existe um drone que aspira a sua casa. Digite “robô aspirador de pó” no Google e aparecem vários modelos com preços entre R$ 650,00 e R$ 2.200,00. Ainda estamos longe de termos a Rosie em casa, infelizmente.
Quanto tempo vai demorar para um robô tomar o seu emprego?
No século XIX Thomas Malthus verificou que os alimentos cresciam em progressão aritmética e a população em progressão geométrica. Ele concluiu que haveria uma séria escassez de alimentos e a humanidade passaria fome, num cenário futurista muito desolador.
O Malthus não previu a produtividade que a tecnologia levaria à produção de alimentos. É verdade que existem muitas pessoas no planeta que ainda passam fome, mas isso não é pela escassez de alimentos e sim por questões econômicas e sociais.
A conversa que a tecnologia ia acabar com os empregos não é nova, vem desde a revolução industrial. Assim como a tecnologia elimina algumas funções, cria outras. Hoje há vários profissionais cuja função é gerenciar e alimentar as mídias sociais. Como o Facebook, fundado em 2004, abriu o seu acesso para qualquer usuário em 2007, são carreiras que tem pouco mais de 10 anos de existência.
O cenário é desafiador. Um caminhão autônomo que elimina a necessidade de um motorista já existe, e está em testes no exterior. Não sei quanto tempo vai demorar para que a profissão de caminhoneiro deixe de existir, mas é razoável pensar que isso vá ocorrer. O que farão os mais de um milhão de motoristas profissionais que temos hoje só no Brasil?
Outro exemplo é o armazém automatizado. Os armazéns necessitam de um grande contingente de pessoas para funcionar. Neste link você pode ver o armazém da Amazon controlado por robôs.
A Amazon utiliza hoje mais de 45 mil robôs em seus centros de distribuição. Não conheço nenhum case nacional que já esteja neste nível de automação.
Nosso histórico como provedores de TMS é eliminar postos de trabalho. Na verdade, prefiro dizer que eliminamos atividades desnecessárias liberando as pessoas para fazerem atividades mais nobres. A Inteligência Artificial (AI) não é algo novo, existe desde 1956 quando foi fundado este campo de pesquisa. O exemplo mais conhecido é o Watson da IBM.
O Watson é uma plataforma cognitiva, ou seja, robôs que usam a inteligência artificial para resolver problemas específicos. O Dr. Watson é o caso mais famoso. Alguns artigos como este anunciam que o Watson será o melhor médico do mundo.
Nós também estamos usando o Watson. Nosso primeiro lançamento no uso desta tecnologia é um robô que via chat vai esclarecer dúvidas de nossos usuários, desde dúvidas em relação ao sistema até dúvidas de negócio.
Quando eu comentei com um cliente que estamos lançando isso em Beta, a primeira reação foi: isso vai te ajudar a diminuir o tamanho da tua equipe de suporte? Esta tem sido a reação mais comum, confirmando que estamos associando de forma direta o uso da AI com o fim de alguns empregos.
Eu respondo que não pretendo diminuir o quadro, mas isto com o tempo permitirá que meu suporte seja menos acionado para responder coisas básicas e possa ajudar mais os clientes a fazerem um uso mais eficiente de nossas soluções. Sim, também pretendemos que o departamento precise contratar menos recursos durante o crescimento de nossa carteira, mas num primeiro momento ocorre justamente o contrário: criamos novos postos de trabalho!
O Watson não funciona sozinho, ele precisa ser alimentado. É em cima de uma base de conhecimento que ele opera, e a sua utilidade é diretamente proporcional ao tamanho dessa base de conhecimento. Ele nasce burro e vai aprendendo conforme novos temas surgem.
E ele não aprende tudo o que precisa numa primeira vez. Ele precisa ser treinado e, como você já deve ter percebido, é preciso gente que vai cuidar desta alimentação e deste treinamento. É um processo associação e repetição.
Na falta de um nome melhor, batizamos o nosso robô baseado em Watson de SignaBot. Sabemos que o nome não é dos melhores, aceitamos sugestões a respeito.
Ainda não temos a Rosie, o jeito é arregaçar as mangas e ajudar a limpar a casa.
Nuno Figueiredo
Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.
Foto: Os Jetsons. Hanna-Barbera, 1962
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São tempos de "revolução", procuramos praticidade em nossos produtos, e a tecnologia está propondo resolver todos esses problemas de forma "simples".