O Bill Gates e a GM

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Nuno Figueiredo

03 de abr de 2009

· 2 min de leitura

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Tecnologia
Inovação
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No século passado, numa feira de informática, o Bill Gates fez uma comparação entre a indústria automobilística e a de informática:

"Se a GM tivesse evoluído tecnologicamente tanto quanto a indústria de computadores evoluiu, estaríamos todos dirigindo carros que custariam 25 dólares e que fariam 1000 milhas por galão (algo como 420km/l)".

A General Motors respondeu que ninguém iria querer um carro que apresentasse uma falha geral ou que você precisaria sair dele e entrar novamente para que funcionasse. Isso gerou uma série de piadas de como seria um carro se ele tivesse o funcionamento do Windows. Por exemplo: ao acionar o freio, o carro perguntaria: confirma que deseja frear?

Piadas a parte, foi uma comparação entre a inovação constante (nem sempre bem vinda) da indústria de software, comparada a um setor mais tradicional, que prima mais pela segurança do que pela inovação.

No mundo do software, alguns aplicativos se tornam obsoletos antes de ficarem estáveis. As interfaces mudam e requerem constante adaptação.

A GM enfrenta uma crise que poderá levar a mesma à concordata nos EUA. Os especialistas são unânimes: somente a ajuda do governo poderá salvar a empresa. A própria GM já assumiu esta verdade. Parece que a única coisa que pode salvar a GM é o fato dela pertencer à seleta lista de empresas que são grandes demais para quebrar, e portanto terá que ser salva com dinheiro dos contribuintes.

O Bill Gates estava certo? Faltou inovação? O que fez uma empresa que já teve 51% de participação do mercado americano e um dos ícones da América chegar numa situação tão precária?

Torço para que a GM se viabilize e volte a ser um modelo a ser seguido. A Toyota já demonstrou que é possível inovar, sem abrir mão da segurança e nem apresentar mensagens como esta para o usuário: ´Este carro realizou uma operação ilegal e será desligado!

 

Nuno Figueiredo

Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.

Foto: Kuhlmann

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