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Em algumas palestras, já tive a oportunidade de desvendar para os leigos a diferença entre o hardware e o software: “hardware é aquilo que você chuta e o software é aquilo que você xinga”.
É difícil explicar porque um computador travou ou porque um programa apresentou um problema. Isto serviu para tornar banal o ato de reiniciar um computador ou instalar pela segunda vez um programa, após uma tentativa mal sucedida.
Grande parte desse problema advém da velocidade com que as evoluções ocorrem, onde uma tecnologia se torna obsoleta, antes de se tornar estável.
Em contrapartida, empresas que seguraram o lançamento de seus sistemas, para ir ao mercado com um produto mais estável ou mais funcional, saíram de cena, engolidos por uma concorrência mais ágil e que ocupou o espaço no mercado e na mente dos compradores.
Já temos mouse, plug and play, ícones, atalhos e muitas outras tecnologias para facilitar a vida dos usuários, mas acredito que este problema será irrelevante para as novas gerações que já nasceram num mundo conectado, ouvindo MP3, fazendo buscas na Internet, na velocidade do Google e trocando idéias por blogs, chats e e-mails.
Será que a nossa curva de aprendizagem é diferente em outros processos e a informática é realmente a vilã? Quem já esteve com um médico especialista que fala a linguagem técnica da classe, certamente se sentiu tão perdido quanto o leigo em informática.
Este assunto parece banal, mas a preocupação de tornar o sistema mais amigável e interativo tem sido uma das maiores preocupações da Signa e tem norteado o desenvolvimento de nossa tecnologia e o aperfeiçoamento de nosso sistema, o e-cargo.
Recentemente resolvi aprender culinária, nas horas livres, sem nenhum curso preparatório. Eu mal sabia fritar um ovo, mas descubro que as receitas não foram feitas para leigos (a bem da verdade acho que só gerei algum resultado utilizando a consultoria técnica da minha esposa).
Omite-se que se deve untar uma forma para descobrir que sem isso gruda tudo. Os ingredientes seguem medidas como uma pitada, um punhado, quando não aparece o temperar a gosto. Gosto de quem? Com que parâmetro? Desde quando as xícaras têm um tamanho padrão?
A prova dos nove saiu no último fim de semana. Para fazer um macarrão ao forno, primeiro era necessário cozinhar o mesmo. Como saber quando ele está cozido? Simples: quando ele estiver ‘al dente’.
Vou me lembrar deste exemplo quando o meu próximo usuário reclamar de alguma dificuldade no sistema.
Na verdade, como tudo na vida, a repetição nos ensina a não cometer os mesmos erros, aperfeiçoar e a fazer cada vez melhor uma atividade. Alguns iluminados têm a curva de aprendizado mais rápida. Estes nasceram com aptidão para este assunto ou tarefa, mas todos nós, sem exceção, temos um tempo de adaptação.
Foto: Freepik
Nuno Figueiredo
Engenheiro Eletrônico formado pela Mauá, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é um dos fundadores da Signa, onde atua desde 95. Entre outros defeitos, jogou rúgbi na faculdade, pratica boxe e torce pelo Palmeiras.
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