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Lembro até hoje das aulas de história na escola. Das revoluções e das guerras, pois mudavam o rumo da sociedade. Pensava o que se passava pela cabeça das pessoas que estavam vivenciando aqueles momentos.
Umas das frases que marcou minha vida, “O Homem que não conhece sua história, jamais vera seu futuro”.
Sempre me interessei pelo indivíduo na sociedade. Olhava as fotos da revolução industrial, das linhas de montagem e tentava enxergar em algum semblante o que realmente ele estava sentindo.
Qual era a sensação de sair de um ambiente familiar de trabalho e ir até as fábricas, e trabalhar em locais que não tinham condições para que o trabalho fosse executado? Não por culpa dos empregadores, mas porque era algo novo para todos. Tanto para o empregado, quanto para o empregador e a sociedade.
Abrindo um parênteses no texto, sindemia vem da junção de duas palavras, Sinergia e Pandemia. Termo cunhado pelo antropólogo médico americano Merrill Singer em 1990, onde duas ou mais doenças se interagem e causam mais danos que apenas a somatória das duas.
Temos o COVID 19 agindo juntamente com outras doenças, potencializando seus sintomas, exemplo disso, meu pai que faleceu em decorrência de parada cardiorrespiratória em abril de 2021. Foi diagnosticado com COVID e internado. Cardíaco, não aguentou a recuperação do tratamento.
De nossas cadeiras de escritório com ajustes de posição, mesas ergonomicamente construídas, ambientes climatizados e salas comerciais para a mesa da cozinha, com cadeiras de madeira, filhos que correm pela casa, carros que passam pela rua perto da janela, que muitas vezes é a melhor opção de iluminação que temos.
Agora consigo sentir como aquelas pessoas que tiveram suas rotinas mudadas pela revolução industrial, que estavam naquela foto, por debaixo do sorriso, o que comentavam, assim que a foto era tirada e voltavam para suas rotinas.
Uma revolução muda a sociedade, mas o que realmente me importa é o que sentiam essas pessoas assim que encostavam suas cabeças no travesseiro, depois de um dia de trabalho, quando se tem sua rotina mudada, não por sua escolha, mas porque seu mundo mudou.
As vezes comento com o Tomaz, aqui na Signa, que nossos avós nos contavam histórias da Segunda Guerra Mundial, sobre como foi combater o inimigo nas linhas de frente. Porém, vamos contar para nossos netos que nossa linha de frente foi dentro de casa.
Everton Zanini
Formado em Análise de Sistemas pela IFSP, graduado como publicitário pela Uninove, jogador assíduo da série Souls e blogueirinho no devzanini.ml. Saudosista de carteirinha de C e IBM Cobol 95.
Foto: Freepik
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