Mais Problemas

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Nuno Figueiredo

19 de abr de 2010

· 3 min de leitura

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cachorro
problemas
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“Você está com poucos problemas na sua vida?” – este foi o comentário que um amigo fez quando eu confidenciei que estava avaliando seriamente a possibilidade de presentear meus filhos com um cachorro. E, realmente, o filhote dá um trabalho danado. Que fique claro, estou me referindo ao cachorrinho!

Como um cachorro pode viver uns 15 anos, não é uma decisão fácil e não deve ser tomada por impulso. Não se trata de um brinquedo que pode ser devolvido ou deixado de lado no armário. Iniciei então uma pesquisa em sites, algumas revistas e, principalmente, conversei muito com quem já tinha um PET em casa.

Um cachorro é um ser 100% dependente. Ele precisa de você para se alimentar, para recolher a sujeira que ele faz, para passear, tomar água e para tomar banho. Além disso, mantê-lo em casa implica em um aumento no seu orçamento. Além do custo de aquisição do filhote, é necessário comprar ração, vacinas e uma longa série de itens. Alguns são indispensáveis, como o prato para colocar água e ração, uma coleira e uma “cama” para ele dormir. Outros nem tanto, como brinquedos, roupas (é isso mesmo, existe roupa para cachorro!) e biscoitos caninos. Tem até ovo de páscoa para eles.

Um cachorro requer uma parte do seu já escasso tempo para brincar com ele, dar banho, dar comida e passear. Enfim, todas estas atividades tomam tempo e normalmente usam o seu tempo disponível, ou seja, na prática, o cachorro usa o seu “horário nobre”. Não bastasse tudo isso, eles ainda ficam doentes.

E trate de levá-lo ao veterinário e, às vezes, no pronto socorro canino, onde você, além da consulta, vai ter que comprar remédios, e o pior, vai ter que aplicar os mesmos num ser que não fica passivo enquanto isso é feito.

Conviver com ele implica ainda em aceitar que parte da sua rotina será acordar ou chegar em casa e verificar se ele fez as necessidades no lugar certo. É longo e emporcalhado o caminho de adestrar o animal para produzir os seus resíduos líquidos e sólidos no lugar certo. Você certamente não se esquecerá das vezes em que, inadvertidamente, pisou descalço naquela poça de xixi ou naquele montinho de cocô fresquinho.

Finalmente, você tem que se resignar frente ao fato de que alguns móveis e objetos serão destruídos enquanto o seu novo filhote afia a dentição e aprende a brincar. E vai ter que ter paciência se ele resolver latir em algum horário indesejado.

Realmente, a decisão de comprar ou adotar um cachorro não é simples e vem com um monte de senões no pacote. Requer basicamente tempo, dinheiro e paciência, muita paciência. O meu amigo não estava errado em estranhar que eu estivesse firme no propósito de fazer isso. Mas, mesmo com todas as ressalvas conhecidas, eu comprei a Melanie (Mel), uma cachorra Maltês de três meses, e constatei que tudo o que está descrito anteriormente é verdadeiro. Na verdade, existem outros vários inconvenientes, entre eles: se você for viajar ou passar o dia todo longe de casa, alguém terá que ajudar para assumir alguns dos cuidados mencionados.

E vale a pena? A Mel me faz lembrar todos os dias do chamado amor incondicional. Como qualquer outro cão, ela simplesmente gosta de você. Ela não liga se o seu dia foi bom ou ruim, de como você está vestido e não fica preocupada se você tem muito ou pouco dinheiro. Sempre te recebe feliz, abanando o rabo e querendo te lamber. Com ela, a troca é simples: você lhe dá o seu coração e ela faz o mesmo.

 

Nuno Figueiredo

Diretor Comercial
Signa Consultoria e Sistemas

Foto: Justin Veenema

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